Tracejada a fome de algo mais
onde o comum insatisfaz
o ego e o remédio é algoz
lacerando os dias além da foz.
E da noite a nuvem que esconde a lua
pelas madrugadas tão negras, tão cruas
de um paradoxo longe dos remorsos
intrincando a sede de um novo parecer.
Tracejando as linhas das constelações
tentando entender todos os corações
mas é tão complexo que sutil arremete
as forças da vida que se transparecem.
E da noite o âmago de uma insatisfação
deteriorada algures nas recordações
de um tempo vil lembrando os momentos
que ficaram expostos a eolificação do vento.
Tracejando a morte da vida sem suturas
nas campas arrefecidas munidas de amarguras
que refletem pecados escassos de misérias
perdoando a si mesmo nessa desentempéria.
E da noite a poesia lúgubre e mortiça
que reacende a lua no amor que enfeitiça
a dama de vermelho e os olhares de libido
que vieram felizes junto comigo.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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