Crocodilos famintos orbitando
um planeta pantanoso inanimado
procurando sua presa suculenta
em um morto com os ossos destroçados;
abutres revoando sobre a presa
que inerte está aos vermes do deserto
seu futuro que era a vida foi incerto
agora é apenas a carcaça à carniça.
Vejo vermes corroendo a carne crua
desgastada e atropelada pela rua
que transpassa a fronte do cemitério
que resguarda a morte em deletério;
todos morrem, todos vivem à algum tempo
suas cinzas são carregadas pelos ventos
adubando algum jardim já esquecido
assombrando as flores com alaridos.
Vida e morte e amor e ódio,
os sentimentos são delinquentes
cada qual têm seus fantasmas
mas, depois das seis tudo escurece.
Jonas
R. Sanches
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