sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Depois do Depois





Então dos portões da morte à vastidão
Anúbis sensato com a pena de Maat
pesou o meu e o seu coração
e foi céu, inferno, vivificação
calabouços alegres de fustigação
e já não havia nem céu nem chão
somente um amanhã longínquo
por onde a alma cascuda percorreu
os próprios pecados, os seus e os meus
e mesmo nessa condição Dantesca
o capeta sopra uma brisa fresca
e do céu um chapéu ou auréola,
mas, a consciência do sofrimento é pessoal...


Jonas R. Sanches
Imagem: Grazie di Bergamo - Lectura Dantis Bergomensis

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

O Porvir




O porvir há de ser infinito
beijando a morte certa
ou incerta
quem sabe a alma sobreviva
a essa dança cósmica
que rege o ontem, o hoje e o amanhã...


Jonas R. Sanches

domingo, 6 de janeiro de 2019

O Ritmo da Tempestade




O entardecer arrastou-se plúmbeo
bebendo o crepúsculo e a chuva
adentrou pela noite tempestuosa
e o beijo da flor noturna foi molhado

raios coriscaram a madrugada
e a canção era o ribombar dos trovões
o silêncio era do cricrilar dos grilos
a poesia era uma simples oração

que ressoava no templo do peito
seguindo o ritmo do coração
então o amanhecer veio tardio
trazendo as cores róseas no horizonte...

Jonas R. Sanches