De um desejo o sangue fluiu
aos pensamentos o suprassumo
e a alavanca então ruiu
os alicerces desse mundo.
De um desejo a vida escassa
eu nau em terra de oceanos
e carregou a foz de estrelas
o infinito dos meus anos.
Queria eu somente o brilho
de uma explosão de supernova
guardada assim em lamparina
junto aos espinhos de uma rosa.
Queria eu somente a alma
a ser vendida em holocausto
enquanto a carne apodrecida
de decompõe sob o basalto.
De um desejo o ensejo ambíguo
ao seus abraços sufocantes
que estala os ossos já sofridos
e o beijo rouba o que era antes.
De um desejo vozes e medos
de um amanhã triste e distante
onde padece o olhar no enredo
que lê a história à cartomante.
E o querer já não é só meu
é seu, é dele, é do universo
que dentre o caos se realiza
que entrelinhas envolve o verso.
E o querer é entrelaçar
minh’alma e corpo junto ao seu
e deslizar a tez macia
onde o espírito se perdeu.
E o querer transpõe barreiras;
transpõe as eras já vindouras
fundindo à alcova a brincadeira
brindando a noite assim sem roupas.
De um desejo o algoz veneno
de uma entrega que treslouca
todos sentidos e a libido
entre os lençóis da nossa pompa.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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