Do ser um não ser que já não sei
mas que já foi e um dia há de voltar
para poder renascer e então amar
o outro ser que semelhante há de ser.
Do ser um não ser que já não é
mas que será no tempo que inda não foi
e o que se foi irá voltar para reclamar
do semelhante aquele seu puro amor.
Do ser um ser que foi e é e inda será
a luz suprema do sentir que é amar
e os paradoxos já tão complexos são o que são
e continuam a guiar os passos do coração.
Do ser que é a poesia ou não seria
a linha trêmula de um verso escasso de solidão
ou a rima rica empobrecida da luz vazia
que inverte as coisas nos reflexos dos que serão.
Do ser um ser e outro ser que nasce agora
de um parto farto de riso e dor e o meu amor
dito nas quadras, dito nas mágoas, dito nas águas
de minhas lágrimas de tanto rir do meu ardor.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Paul Cooklin
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