segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Minh’Alma e Tu’Alma



Minh’alma buscando a tua
iluminadas pelo clarão da lua
nossos olhares e a pele nua
ansiando pelo nosso amor
apertados no nosso abraço
fortalecendo nossos laços

e num beijo nossa união
tirando nossos pés do chão
e a poesia tal qual oração
canta o intenso da nossa paixão
canta a canção dos nossos sentimentos
e o teu olor trazido pelo vento

é de lavanda misto com jasmim
e nos meus sonhos você está em mim
e pra minha vida é meu grande desejo
de te sentir sem pudor e sem medos
sentados debaixo daquele arvoredo
onde confidenciamos nossos segredos.

Jonas R. Sanches
Imagem: Freepik

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Cantiga de Amor




Enquanto eu dormia você sonhava
enquanto você cantava eu amava
toda doçura contida na tua voz
e a canção era a que falava de nós,

enquanto você dormia eu sonhava
passava a fio te imaginando à madrugada
então eu cantava-lhe cantigas de ninar
e minha alma deslumbrava-se em te amar,

enquanto dormíamos anjos cantavam
uma cantiga bem antiga de amor
era a canção que falava das nossas vidas
e o refrão gritava à nossa paixão.

Jonas R. Sanches
Imagem: Remédios Varo Uranga

domingo, 18 de agosto de 2019

Nós Dois

Nós Dois




Já era noite e a distância era um açoite
pois, no abraço de desejo éramos nós
nos entregando um ao outro sem pudores
e as nossas dores já não existiam mais.

Já era noite e uma estrela em oração
riscou o céu só para nossos pedidos
nós dois feridos pela insana ansiedade
nós dois pedindo um ao outro à eternidade;

amanhecerá e o tempo sorrirá pra nós
e todo pranto transmutar-se-á em alegria
e, nossos dias serão nossos de verdade
enquanto num beijo adormeceremos a sós.

Jonas R. Sanches
Imagem: The Sacrament of the Last Supper - Salvador Dali

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Devaneios de uma Estrela Cadente




O coração em brasas
a poesia em frases
a alegoria em fases
aquele à com crase

aquela flor tardia
aquela cor vazia
e o voo do passarinho
poema em desalinho

um cálice de vinho
a árvore em burburinho
e a canção do tempo
cantada pelo vento

e à luz da encruzilhada
fazendo encantamentos
e talvez a luz do dia
um pouco de magia

conjurando os elementos
e às vezes o poeta
é o mistério do asceta
andando de bicicleta

nos ladrilhos da rua
esperando pela lua
prateada e toda nua
ou somente uma estrela cadente.

Jonas R. Sanches
Imagem: Christian Schloe