domingo, 15 de setembro de 2019

Esperando Meu Amor Chegar




Domingo cedinho
e o sol nem raiou
vou passar um café
para o meu amor

que inda é distante
mas, os dias seguem
e o trará depressa
para eu lhe beijar

para eu lhe cuidar
então juntos trilharemos
nossa senda iluminada
olhando estrelas à madrugada

e eu tomarei a lua
para lhe presentear
e eu a tomarei em meus braços
para lhe afagar

e nossos gostos se misturarão
no cálice de vinho tinto
sentados à varanda
junto aos nossos cães

junto aos nossos guias
então sorrindo brindaremos
nossos laços e desejos
e adormeceremos um no outro.

Jonas R. Sanches
Imagem: Pixabay

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Canto aos Orixás




As minhas flores eu lancei ao mar
as minhas preces foram a Iemanjá
o meu barquinho a Santa Mãe levou
e eu lhe saudei... Odoya Iemanjá...

Pela justiça eu chamei por Xangô
o seu machado o feitiço quebrou
minha oração o seu coração levou
e eu lhe saudei... Kaô Kabiessillê...

Pra nossa cura clamei por Omolú
com seu remédio ele nos medicou
o meu pedido pra ele, ele levou
e eu lhe saudei... Atotoô...

Por tempestade eu ventei com Iansã
ela me trouxe seus raios e trovões
a minha alma na chuva se banhou
e eu lhe saudei... Epahey Oyá...

Depois da chuva veio Oxumaré
com arco-íris o céu iluminou
toda ordem cósmica então se restaurou
e eu lhe saudei... Arroboboi Oxumaré...

Então pra mata eu fui buscar Oxóssi
por sua flecha minh’alma procurou
meus inimigos então ele derrubou
e eu lhe saudei... Okê Arô...

Foi pela noite então que eu caminhei
olhando a lua Ogum eu encontrei
com sua lança ele me protegeu
e eu lhe saudei... Ogún Ieé...

Jonas R. Sanches
Imagem: Google

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

De um Soneto que Passa com os Dias



Os dias vão passando tão devagar
e minha mente te procura à divagar
pelos horizontes distantes e infinitos
pelas parlendas antigas e seus mitos;

agora os dias vão passando depressa
e a minha mente à poesia regressa
voando alto, tal qual raro passarinho
e a inspiração outrora rara é como vinho

que embriaga a alma ruborizada
alma liberta adentrando a madrugada
buscando a luz interditada do cometa

buscando a flor extasiante d’outro planeta
mas, encontrando tão somente a saudade
da voz silenciosa que ecoa à eternidade.

Jonas R. Sanches
Imagem: Marcel Caram