Tão formidável quanto o beijo de uma flor
que entre olores esparramou-se aos lençóis
e amanheceu banhando a tez do meu amor
e adormeceu nas cores lustrosas de arrebóis.
Tão formidável quanto à voz doce da paixão
que acaricia e dulcifica ao peito corações
já tão surrados dessa busca um do outro
já mergulhados, extasiados e absortos.
Tão formidável quanto à luz do seu olhar
que entre tantos se destaca em seu azul
que refletido entre as nuvens engole o mar
e junto as brumas de uma floresta se desfaz.
Tão formidável o verso rubro da poesia
que entre letras e mil carinhos vale o dia
ou vale a noite que estrelada risca os sonhos
e na penumbra esconde os pesadelos medonhos.
Tão formidável o amabilíssimo calor do sol
que aquece em chamas e até derrama fogo no céu
que eu compus em espelhos nus do firmamento
para te refazer em aquarela em tom pastel.
Tão formidável aquele beijo improvável
que eu não pude então provar da sua boca
e o que me resta é a vontade quase louca
de ser seu gosto, de ver seu rosto colado ao meu.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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