Todos os pensamentos encharcados
pelas enxurradas que carregam outonos
e carregam folhas secas e mortas
e enfeitam sarjetas esquecidas no tempo.
Todos os pensamentos intumescidos
pelas águas precipitadas dos vapores
que deságuam pétalas fosforescentes
pelos jardins molhados do meu olhar.
Observo pássaros entremeio gotículas
e há também insetos apavorantes apavorados
se ocultando dos apetites canoros alvorecidos
e esvoaçantes os devaneios da alma do mundo.
Observo nuvens tão plúmbeas e pesadas
que em trovoadas pendem luzes ao firmamento
e com seu cetro relampejado vem Iansã
derretendo os sete céus sob nossas cabeças.
Agora um silêncio entre o nadir e o zênite
e os espíritos elementais comemoram a vida
que se renova em cada broto suscetível
às benesses que a chuva trouxe aos vegetais.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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