Eu já não sei sentir além da dor,
eu já não sei gostar além do amor,
só sei que sei é que não sei;
eu já não sei pintar além da cor.
Eu já não sei rezar além da oração,
eu já não sei amar além da paixão,
só sei que sei é que não sei;
eu já não sei viver além dessa prisão.
Eu já não sei voar além do chão,
eu já não sei falar além dos versos,
só sei que sei é que não sei;
eu já não sou inverso do reverso.
Eu já não sei pedir a sua mão,
eu já não sei gritar pelo meu eco,
só sei que sei é que não sei;
eu já não sei nascer além do feto.
Eu já não sei cantar essa canção,
eu já não sei versificar minha missão,
só sei que sei é que não sei;
eu já não sei andar além da contramão.
Eu já não sei clamar além do feitiço,
eu já não sei se vou e se eu fico,
só sei que sei é que não sei;
eu já não sei conter esse meu grito.
Eu já não sei se sou poeta ou trovador,
eu já não sei se é frio ou se é calor,
só sei que sei é que não sei;
eu já não sei se haverá próxima vez.
Eu já não sei se é mentira ou verdade,
eu já não sei se é ficção ou realidade,
só sei que sei é que não sei;
eu não sei se é tristeza ou felicidade.
Eu já não sei se é paraíso ou purgatório,
eu já não sei se é dor de parto ou de velório,
só sei que sei é que não sei;
eu já não sei se viverei ou morrerei.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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