terça-feira, 23 de julho de 2013

Recordações do Esquecimento

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Das lembranças esquecimento
de um incauto ou arauto no porvir
trazendo palavras do rei louco
refazendo os sentimentos existirem.

Dos esquecimentos inda me lembro
das palavras apagadas na praia
pelas ondas de meu contento
que já não recordo e nem convém.

Ressurgimentos parcos dessas imagens
que diluíram-se nas águas-lágrimas
de olhos cegos, de peitos ofegantes,
já tão cansados de tantas lembranças.

E nos olhares que se cruzam, transeuntes;
infâncias e velhices se intercalam cálidas
ou, tão gélidas como o corpo inerte a tumba
que no tempo será as cinzas de outrora.

Falo bobagens, recordo paragens esquecidas;
gritos aliados, beijos alados já destituídos,
e envoltos em minha capa tão negra qual noite
relembro distante madrugadas de encruzilhadas.

Falo verdades, recordo caminhos das ruas;
grito coragem, feitiços que beijam a lua,
e envolto em minha capa tão negra qual olhar
esqueço-me do tempo onde a alma foi voraz.

Das lembranças esquecimentos
levados aos ventos, trancados nas vias
e a noite dos dias que é espessa padece
ao dia das noites onde a força alvorece.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

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