sexta-feira, 5 de julho de 2013

O Canto Silencioso das Flores

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Escuto no silêncio das flores a perfeição
do som vazio do movimento da vida
que passa mas que fica eternidade;
que é como um arpejo de um violão solitário.

Eu vejo nas cores secas as flores do inverno
que observam imóveis as sombras do inferno
e não palpitam e nem julgam os alheios
somente vivem brevemente a felicidade;

quem dera fossem assim os malditos humanos
mas, somente uma utopia da canção jardineira
que entre claves de sol degustam fotossínteses
que entre as clavas da lua degustam orvalhos puros.

Eu vejo nas pupilas dilatadas cogumelos azuis
que pestanejam enquanto passeia um transeunte
compondo sinfonias anestésicas e siderais
cantando o viravolteio de uma borboleta transparente.

Eu vejo nas meninas dos seus olhos outras meninas
então te trago flores em ramalhetes matutinos
e declaro ao seu ouvido alguns sonhos de menino
que dizem palavras de amor, que contam nossos destinos.

Escuto no silêncio das flores a perfeição
do acorde derradeiro antes que eu volte a mim,
antes que eu volte ao limbo do meu jardim
para semear algumas plantas raras de poder.

 Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Google

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