Entardecendo o sol do meu crepúsculo
desse ponto de fuga a tela viva
pintada com pincéis de margaridas
nas cores que procedem da penumbra.
Anoitecendo a lua em seus gemidos
entre estrelas, luzes e alaridos,
gritos do arrebol morrendo colorido
deixando sua promessa ao outro dia
que então ressurgirá pleno de auroras
beijando o chão do leste e seus feitiços
e os guardiões celestes não eram mitos,
guardaram seus fetiches em uma rosa.
Entardecendo o sol às primaveras
que mata a noite ao beijo do inverno
que é tão gelado, assassinado no inferno,
onde outonos nascem cadavéricos.
Anoitecendo a alma em seu sussurro
entre outras almas livres d’outro mundo,
como cena campeira um bucolismo
rangendo a porta aberta de lirismo;
que é eu transcrito em verso às mariposas,
talvez deixado escrito a luz de vela,
esboço rabiscado em aquarela
de onde a tarde fez-se inspiração.
Entardecendo em letras ou solitário
sentado a contemplar minha velhice
a se esvair nos bosques centenários
ventando um farfalhar de vidas tristes.
E a noite entardecida é o que resta
quase descrita em pena sem arestas
que escolhe a alcova fria aos seus excessos,
acolhendo nos sonhos tempos inversos.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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