Rascunhos de toda uma vida
em folhas de uma caderneta
guardada numa escrivaninha
e o tempo passa igual cometa
riscando e luzindo o espaço
entre estrelas de uma poesia
que fala de letras antigas,
que guarda os eternos laços
de amores entre duas almas
tão gêmeas e apaixonadas
por vidas diversificadas,
por frações de algum segundo
que passou em instante profundo,
que passou sem se quer a morte
notar toda sua gentileza
de beber relógios com sua destreza.
Rascunhos de um amor pagão
tão vão e até platônico,
sofrível e áspero pela solidão
em chão de passos canônicos
dos pés descalços e cansados,
das asas desse sonho alado
que voa por entre os equinócios,
solstícios de um astro moribundo
vagando além do fim do mundo
levando aquela carta escrita
em versos àquela flor maldita
que desfolhou todo meu coração
depois de ter abandonado
na estrada a minh’alma nua,
ferindo a minha carne crua
com as rosas da sua loucura.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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