O dia que acorda cinzento
e da foz do meu pensamento
é vislumbre de algo futuro
é o amor que um dia eu conjuro;
mas se a alma visada consome
minhas forças e usa o acorde
que vibra e refaz toda história
num campo de magnólias.
O olhar que acorda cinzento
marejado ao beijo do vento
que bafora gelado na face
que devora em noites de furacão;
e na mente um feroz turbilhão
de palavras cansadas sisudas
torneadas pelas mão cascudas
de um poeta velho agricultor;
que verseja a alegria e o amor
e, verseja a discórdia e a dor
que dilacera seu interior
quando ela retorna nas recordações.
Quando as paixões trazem tempos cinzentos
há suicídios, prantos e tormentos
e, a poesia burilada no fogo
que crepita invisível no forno.
Da poesia cinzenta um tom plúmbeo
tão nevoento que cega os amantes
sofridos, carcomidos, mirando o horizonte
mas as contemplações são apenas tristezas.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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