Nas águas cansadas mistérios e mitos
e vozes nas matas cantando feitiços
que quebram mandingas e trazem a luz
aqueles que saúdam os povos antigos;
e elevam nas preces respeito e pedidos
que fluem nas chamas sagradas das velas
que queimam serenas junto as oferendas
entregues perfeitas aos seus Orixás.
Nas asas cansadas um corvo faminto
ou a mão dos Exús trabalhando o afinco
àqueles seus filhos de sangue e de alma
fazendo a ressalva às causas perdidas;
lançadas no tempo além do espaço,
além de Aruanda ou do velho regato
que carregou histórias de vidas de outrora
que marcou na carne o gosto da vitória.
Na terra cansada uma mancha de sangue
entremeio um liame de lágrimas antigas;
pranteadas dos olhos de um Preto-Velho
que com sábio olhar contempla a vida
que é sempre aguerrida, dia após dia;
mas o espírito resiste com perseverança
e, se eleva entre a bruma do incenso que acalma
e, estreita meus eternos laços com a espiritualidade.
Jonas
Rogerio Sanches
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