Fria, tão fria a tarde viva,
escusa e nua e um coração
que pulsa, soluça, no acorde
que em alforje guardou a redenção.
E os dias, sigo pelos dias
nas tardes tão frias
que a alma quer livre vagar,
serpentear no gelado divagar.
E os dias, as noites tão frias
e o fogareiro e o feitiço
nos timbres da bateria,
açoite do mundo... Melodia.
Fria, tão fria a alma viva
no imenso do infinito
além do livre-arbítrio
galgando os degraus dos mitos.
Ah... E os dias...
Como são frios os dias solitários
a espera do harpejar da nota nula
que desmancha a densa bruma
que cega o caminhar.
Agora o que resta é voar
pelas catacumbas de verão,
pelo algoz dos dias,
e deixar viver a poesia
que é o que resta a contemplar.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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