Do dia as cores em branco e preto
e é melancólico o meu sentimento,
tão abrupto quanto um grito do vento
que varre almas ao beijo da morte.
Já não ouço o canto do uirapuru
e não sinto olores das queridas flores,
esse bucolismo que é fruto dos amores
entre as paragens que um dia contemplei.
Na janela o sol reflete-se opaco,
reflete meu espírito averiguando o fato
que passa ante os olhos tristes marejados
que reclama a vida aos pés já calejados.
Poeto a tristeza algoz deste momento
que invade e rouba o contentamento
que outrora transbordava sem ressentimentos
e agora é o que devora todo o meu torpor.
São versos que desabam junto minha carcaça
que é transparente e ausente em carapaça
buscando a rima exata de todo o universo
partindo sem levar bagagem nem intento.
Das tardes terminadas em vulto branco e preto
sem cores na alvorada e na aurora eu estremeço
diante os pensamentos pesados como a cova
que guardará em outros tempos as pétalas das rosas.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
Encantador o espaço! Deixo um grande abraço e a certeza de voltar sempre que puder...
ResponderExcluirMuito obrigado pela sua visita Malu, seja sempre bem vinda...
ExcluirAbraços e uma ótima noite!