Das cores da flor noturna
reflexos de mil estrelas
luzindo em minha catacumba,
propagando a sua olência
que é doce qual paciência
suspensa em caules úmidos
pedindo sua clemência
sem medo ou qualquer decência.
Das cores paixões noturnas
dos beijos já insalubres,
das bocas línguas soturnas
e gritos de um perfume
azul como o miosótis
que entrelaçado as nuvens
floresce em amor perfeito
brotando em luz que ressurge.
Das cores flores das ruas
de caules esvoaçados
na alma inerte plantados
esperando absolvição
dos pecados que ao coração
são mais que qualquer flagelo,
são mortes do que é belo
aos olhos que veem além.
Das cores flor pitonisa
de opinião até concisa;
vidente virgem sagrada
profetizando as madrugadas
na morte que realiza
e o homem revitaliza
no ósculo da puritana
que entrega-se a nua cama.
Das flores cor poetisa
em versos obituários
e o cedro que centenário
assiste a destruição
das folhas do meu caderno
levadas pelo inverno
rascunhados lá no inferno
deserto da minha ilusão.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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