Raros momentos dentro do tempo
contado em segundos, minutos e eternidades;
vagantes e constantes em insanidades
que povoam diariamente meus grilos
que estridulam tranquilos na mente
e nas noites que regurgitam estrelas cadentes;
a alma grita, a alma complica e sente
esse zumbido estridente sobrenatural.
Raros momentos fora do efeito do tempo
contando os barulhos da noite e o açoite
estrala cruel nas longínquas recordações
por onde vago sem rumo, sem sensações;
e há vagos espaços preenchendo o vazio
sombrio que disforme amedronta o querer
que é escasso entretanto é o sobreviver
da um dia após outro, de uma vida após outra.
Raros momentos em ventos e versos
que de tão complexos refletem olhares
que vagam dispersos por mesas de bares
onde a agonia faz companhia a dose tardia;
e há estranhos observadores presentes
e, são os escrivães imortais dos pecados
já tão reais, já tão mortais, mas ainda leais
as madrugadas alienadas aos desejos fatais.
Raros momentos como esse agora
que gravarei e relerei talvez outrora
ou quem sabe mais tarde antes da morte
que ronda e tenta surpreender minha atenção.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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