Lembro dos livros lidos na cadeira da varanda
que falavam de amor, que falavam de dor,
que me ensinavam palavras, também clamor;
lembro dos meus olhos vermelhos no espelho.
Lembro de infinitas madrugadas iluminadas
por estrelas, por sonhos, pelo fogo eterno,
que crepitava nas rodas de fogueira no inverno;
lembro dos velhos caminhos percorridos sozinho.
Lembro das memórias antigas já esquecidas
que torturam, que alegram, que perjuram,
todas as crenças longínquas da infância;
lembro da morte que rondava os pesadelos.
Lembro de eu mesmo correndo de mim
pelos cantos, pelos becos, pelas noites,
que intermináveis guardaram histórias;
lembro de algumas paixões não correspondidas.
Lembrarei um dia quem sabe, dessa poesia
que é cria, que é a promessa de uma insensatez
tão plena, tão serena, que da vida se desfez;
mas me esquecerei de todas as ofensas proferidas,
ou quem sabe um dia eu encontre o perdão
ou encontre um alguém com quem conversar
sobre como deve ser belo se fundir ao Cósmico
mas, lembro que não tenho ninguém e adormeço só.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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