Como rios que descem nas ladeiras
lá do céu vejo as estrelas choverem
e os pedidos deixo nas cachoeiras
formidáveis como as águas sangrentas;
morro abaixo tal qual sem parada,
céu acima de uma vida inteira
ou capim doce de erva cidreira
formidável para a mente acalmar.
Como um pássaro a voar migratório
voo livre em sonhos-fantasias
e os relances deixo às poesias
formidáveis como a lua em São Jorge;
lança a dentro o ventre do dragão,
lança fora o coração a multidão
ou o senso em devaneios e desejos
formidáveis como essa canção.
Como um beijo doce apaixonado
sinto o gosto do amor insensato
que da a alma um breve salto alado
formidável como os céus de setembro;
mês a dentro como um vento aloprado,
mês a fora em breve tempo do agora
ou apenas gritos pelas constelações
formidáveis como a luz das criações.
E da última estrofe alguma recordação
de quando compus o meu primeiro poema
de analogias sem condecorações,
de paradoxos, axiomas e dilemas.
Imagem: Google
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