Subterfúgios, e eu fujo
e rasgo o paraquedas
d’um morcego ou gárgula
e nos quartos secretos sussurros;
e amores discretos
que morrem com o tempo
ou vivem outras vidas
buscando reconciliação.
Subterfúgios, e eu morro
de medo de morrer de novo
e eu voo com morcegos
sou gárgula de pedra-pomes;
e nos quartos baratos, baratas
e um copo sujo na escrivaninha
junto ao bilhete de despedida
manchado com o meu sangue.
Subterfúgios, e eu renasço
e resgato o celeiro de paz
crepitante como meu olhar
de gárgula ou de morcego;
e no quarto que escrevo
uma vela queima silenciosa
levando meu rogo moribundo
para as nuvens de todos os pedidos.
Subsequente, meus devaneios
e o desembaraço se embaraça
nas asas do corvo apodrecido
que alimenta os vermes na estrada;
meu quarto é frio agora
o que aquece é meu coração
quando penso em ti e estremeço
quando reconheço que não te mereço.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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