Eu verto as lágrimas insanas da madrugada
quando mergulho em todos os meus pecados
e quebro as regras impostas pelo meu mundo
quando abraço todas as sombras do submundo.
Sem piedade dos corações eu grito a morte
e os meus fantasmas envolvem a minha mente
a cada passo que me desfaço do seu decoro
em cada esquina da minha sina eu quase morro.
Mas vou sereno e meu olhar desenfreado
é o que me sorve e me torna um ser alado
então eu calo e peco ao menos mais uma vez
quando retorno ao meu castelo e viro rei.
Em cada sombra desembaraços dessa torrente
que impulsiona meus devaneios incoerentes
e a foz de tudo é um rio disperso numa loucura
que lava a alma e envolve a aura em brandura.
Agora encerro minha crise de insensatez
em poesia sem agonia e sem ressentimento
e quando o sol raiar no céu mais uma vez
eu voltarei a minha alcova de sofrimento.
E na embriaguez de uma vida de paradoxos
eu me entorpeço porque mereço as minhas dores
e quando a aurora da morbidez voltar a vida
eu adormecerei junto aos jardins das minhas flores.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem by_FuocoGotico
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