Lá vai o poeta pelas planícies
por entre os dragões de pedra,
ele mata as bestas do amanhã
com seu verbo sutil e suas letras.
Lá vai o poeta caminhando só
por entre os colossos de Frígia,
bebendo o sangue dos seus medos
no seu cálice roubado dos Deuses.
Lá vai o poeta voando pelas montanhas
por entre os cimos nevados do Himalaia,
pousando nas catacumbas esquecidas
para decifrar os pergaminhos de Noús.
Lá vai o poeta lapidando a insensatez
por entre todos os sãos sem misericórdia,
calado transpassa a espada no tempo
e mata as horas de um passado inexato.
Lá vai o poeta roubando versos das estrelas
por entre todos os anciãos galácticos,
e ele carrega no seu alforje folhas de ouro
onde burila caracteres de um alfabeto esquecido.
Lá vai o poeta caminhando com a morte
por entre as eternidades dos seus versos,
ele se despe da sua última vida vivida
e transmuta-se para poder viver além.
Lá vai o poeta com sua pena dourada
carregando a bagagem dos sentimentos
e ele caminha por entre todas as portas
até naufragar nas águas do mar sem fim.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Van Gogh - Campo de Trigo
Olá Jonas:
ResponderExcluirUm poeta é um sonhador,mas não pense na morte.A vida é algo de tão maravilhoso que devemos louvá-la,dia após dia.Eu entendo,pois sente.se só e só vê seres insensíveis.E depois,não é bem morte, é só uma mudança.Parabéns,porque escreve muito bem.Gostei muito do poema que revela muita cultura por parte do seu autor.
Cumprimentos da
Beatriz de Bragança
Muito obrigado pelo seu apreço, visita e comentário Beatriz...
ResponderExcluirAbraços e um dia iluminado a Ti!