Caminhei com os mortos
e fui saber da maldade covarde
me deparei com a fraqueza
de seres que querem riquezas.
Eu caminhei pelo mundo dos mortos
e a cada passo fui o gérmen da vida
que em comunhão foi o resto da lida
de um ser em busca da purificação.
Eu fui guiado pelos filhos do espírito
e o sétimo filho foi o filho do além
e a visita não viu nada mais que aquém
de que a cegueira de uma sabedoria em vão.
Eu fui com vestes de Exú disfarçado
e pelo Pai Cipriano eu fui guiado
nas minha costa Xangô foi guardando
e Omolu foi com fúria varrendo;
toda sujeira que foi espalhada
mas a justiça divina é minha guarda
e pelas mãos dos Arcanjos benditos
todas mazelas quebraram nos mitos.
Eu não desejo vingança aos fracos
que no engano fizeram truncadas
só fui em luz e coragem destinado
pra desfazer essa reza das bravas.
Eu peço a guarda de todos os Sete
e dos Ciganos eu peço a destreza
o Escorpião é minha natureza
e meu veneno é a misericórdia.
Agora calo e selo todo trabalho
e o inimigo eu deixo em frangalhos
pois onde passo eu faço direito
e as maldades retornam ao peito;
daqueles filhos que insistem na treva
mas suas almas padecem da reza
que Cipriano ensinou aos fortes
e para os fracos só sobrou a sorte;
mas essa sorte é a mão do destino
e as injúrias obedecem a lei do retorno
causa e efeito é o santo do transtorno
àqueles escravos da Magia-Ilusão.
Essas palavras que eu deixo gravadas
são de um trabalho feito na madrugada
onde eu desdobro os limites do tempo
e viajo a ordem dos pensamentos.
E minhas preces me livram do escuro
também libertam da dor a amizade
e eu agradeço com alma a resposta
de uma verdade que mostrada foi.
Agora olho meu eu estirado dormindo
e meus escritos não são eu que fiz
foram as vozes alheias transcritas
que eu transmiti para selar o amanhã.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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