Fico aqui a olhar as vagas do vento
esperando chegar a sucinta inspiração
e num momento áspero e imorrível
eu adormeço e sonho que sou poeta
e deixo a fúria das tempestades passar
para beber dos cálices de Dionísio
e poder recitar versos a Afrodite
para quem sabe ela se apaixonar.
Fico aqui a olhar as frestas do tempo
esperando a hora perdida que não veio
e num relampejo a mente vislumbra o mar
e navego na imaginação como se fosse poeta
e deixo Sansão viver junto aos leões
e condeno a morte os pecados de Dalila
e em novas vestes sou o último juiz
que libertará as almas dos esquecidos.
Fico aqui a olhar os vazios do meu leito
esperando você lembrar o caminho
e retornar trazendo a cor dos seus olhos
para eu decifrá-los com destreza de poeta
que mira esse céu infindo na bruma do seu olhar
e as palavras serão como cantigas de amor
que te ninarão e acariciarão sua tez veludínea
somente para eu poder te copiar na próxima poesia.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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