domingo, 13 de janeiro de 2013

Silêncios do Passado

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Silêncio da chuva na alma
e as nuvens caladas derramam
as flores que encantam pétalas
de gotas pequenas e purpurinas.

Silêncio na alma e a chuva
insiste em continuar a chorar
e minhas mãos escrevem
os dias, as horas e os anos.

Silêncio na alcova do espírito
e eu ouço seu grito calado
e as mentes deturpam os sentidos
enquanto olho o seu olhar.

Agora são cantos silentes
e as vozes que entoam as vozes
são ventos urgindo o amanhã
de um coração sôfrego e só.

Entoa seu canto-oração
e embala minha vida vazia
nos rastros de vidas vividas
que guardo em minhas memórias;

de glórias sutis desusadas
que pesam no fado da lida
e amores tão frios usurpados
que inflamam a dor das feridas.

Silêncio da chuva das horas
que passam e voam no tempo
querendo vivências extremas
de amores e mortes infindas;

que voltam e vão com a história
e calam as recordações vivas
que insistem em reviver os passados
que necessitam devorar lágrimas.

É o silêncio da chuva que inspira
e molha a lápide velha que intriga
meus sonhos um dia sonhados
que se foram como seres alados;

e deixaram sequelas profundas
e deixaram escritos antigos
nas escrivaninhas que um dia usei
para registrar minhas encarnações.


Jonas Rogerio Sanches
Imagem: Time Flies by janussyndicate

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