Silêncio da chuva na alma
e as nuvens caladas derramam
as flores que encantam pétalas
de gotas pequenas e purpurinas.
Silêncio na alma e a chuva
insiste em continuar a chorar
e minhas mãos escrevem
os dias, as horas e os anos.
Silêncio na alcova do espírito
e eu ouço seu grito calado
e as mentes deturpam os sentidos
enquanto olho o seu olhar.
Agora são cantos silentes
e as vozes que entoam as vozes
são ventos urgindo o amanhã
de um coração sôfrego e só.
Entoa seu canto-oração
e embala minha vida vazia
nos rastros de vidas vividas
que guardo em minhas memórias;
de glórias sutis desusadas
que pesam no fado da lida
e amores tão frios usurpados
que inflamam a dor das feridas.
Silêncio da chuva das horas
que passam e voam no tempo
querendo vivências extremas
de amores e mortes infindas;
que voltam e vão com a história
e calam as recordações vivas
que insistem em reviver os passados
que necessitam devorar lágrimas.
É o silêncio da chuva que inspira
e molha a lápide velha que intriga
meus sonhos um dia sonhados
que se foram como seres alados;
e deixaram sequelas profundas
e deixaram escritos antigos
nas escrivaninhas que um dia usei
para registrar minhas encarnações.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Time Flies by janussyndicate
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