Epifanias enclausuradas em sementes
Na vastidão desse deserto desolado
Onde a chuva se esqueceu de estacionar
Onde os pássaros já não podem mais voar
Conhecimentos escondidos entre as frestas
Dessas muralhas que suspendem até o céu
E o ancião entre as cavernas exiladas
Dorme seu sono enfeitiçado e sem perdão
Por entre as trilhas tortas desse labirinto
Caminha o rei chaveiro do desconhecido
Guardando as chaves de toda sabedoria
O grande arcano reservado ao escolhido
E as transições se acusam por trás das portas
O alienado da loucura planta quimeras
O sol em sangue inocente foi banhado
Para tornarem-se homens dos Deuses aliados
E no escuro de um frio profundo o taciturno
Sem mais palavras em esconderijos noturnos
Olhares duros transparecem ser soturno
Por entre as lápides da campa aonde durmo
Ali calado eu aguardo por meu mestre
Pois nessa vida trago marcas que fortalecem
E as respostas são me dadas ao seu tempo
Vindas ao ouvido sussurradas pelo vento
Somente a lua em cálice à estrela... Brilha opaca
Justificando as cicatrizes e as feridas
Nos pés descalços de uma mente insensata
Nos olhos ávidos de uma busca sensata
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário