Todo o ferro do meu sangue virou ferrugem
E a boca do meu estômago ficou banguela
Estrelas cadentes pelo céu de minha boca
Faminto eu fritei as batatas de minhas pernas
E martelei com o martelo de meu ouvido
A casca dura da minha glândula pineal
Meu pé esquerdo do direito é amigo
Lavei as mãos para coçar o meu umbigo
Minha consciência inconsciente observa
Todas as mudanças nessa dança celular
Represei toda a água do organismo
E com meu barco de papel fui navegar
E a menina dos meus olhos sempre brilhosa
Menina violeta sempre doce e charmosa
Que olha meus passos... Tira-me dos embaraços
Afaga-me terna apertando nossos laços
E na meninge os segredos da esfinge
Que em silêncio vigilante se impõe
Assume o risco e ilumina o coração
Que em sua marcha espalha comiseração
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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