Guardei os ossos dos rituais nas catacumbas
E espalhei encantamentos hieroglíficos pelos porões
Aquele cálice partiu-se em seu próprio veneno
E as nuvens de tormenta cobriram o firmamento
Aquele senhor sinistro continuou sua jornada
Avistava-o ainda entre os clarões da tempestade
Envolto em vultos escarnecidos que guardavam
Os segredos das palavras que não serão ditas jamais
O paladar degustava os ávidos sentidos novos
E a boca jorrava todas as luzes do amanhã
Aos ouvidos surdos ao que é profano e hostil
E cerrava os véus diante as visões das pitonisas virgens
Os degraus se partiram com a batalha de Jacó
E o anjo perturbou-se diante tal infâmia
Mas os portais cumpriram as profecias desditas
E a próxima geração foi amputada em seu berço
Restaram apenas resquícios dos velhos pergaminhos
Cacos de um cotidiano fantástico e sobrenatural
Onde ao som das trombetas eram ditos Salmos
E o anoitecer derramava nos corações o leite das estrelas
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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