Nos meus relógios inconclusivos
já não é hora da morte passar
por entre os minutos do infinito
onde os segundos já não existem mais.
Nos meus relógios o arroubo dos dias
que transcendentes em êxtase senil
carregam o tempo ao arrebatamento
deixando nos ossos sensação pueril.
Nos meus relógios é o tempo da poesia,
indeterminado instante de inspiração
qual navalha na carne e o sangue nas mãos
e o cordeiro que orou em seu sacrifício.
Nos meus relógios são versos de tic-tacs
incessantes marcando sustenido e bemol
e nas frestas do tempo o alento do sol
enlevado às frontes dos meus girassóis.
Nos meus relógios a música termina
e o compasso do som é uma circunferência
que rocamboleia na mente a indiferença
de um verso ou outro verso d’algum final.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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