Da alma lágrimas secas
tão salgadas como o mar
que em ondas fere a praia
nesse vai e vem de amar.
Meus olhos olham distantes
e o que vejo é uma ventania
e, o que vejo é uma poesia
e, o que escrevo é lúcido.
Meus sonhos voam distantes
e o que busco é fantasia
e, o que busco é além do dia
e, o que busco é felicidade;
mas vejo passar a idade
e inda me desconheço,
não sei se é dor que mereço,
não sei se é festa de recordação.
Só sei que o poema brota
da noite e do coração
que gelado desfaz-se de si
retornando e querendo partir.
Só sei que meus versos conotam
o que sinto, o que sei e não sei;
versos parcos versados ao rei
de um reino sem luz nem castelo;
e o ambíguo relento é singelo
e, o amor bate como martelo
desfacelando o reinado de paz
que era outrora e já não é mais.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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