quinta-feira, 24 de abril de 2014

Mundo às Escuras

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E as coisas continuam iguais,
eu vivo tentando beber um gole do céu
mas minha escada é um inferno
e minha taça de cristal já se partiu.

E as coisas não tem perspectiva,
eu vivo tentando voar pelos edifícios
mas com o sistema cortando minhas asas fica difícil,
as janelas estão cercadas de alçapões.

E as coisas no boteco vão de vento em popa,
só eu, deixo meu salário em doses
de um veneno que faz-nos esquecer
daquele buraco tal qual cupim roendo minhas costelas.

E as coisas vou descrevendo em poesia,
mas choro a dor desse torpor de ignorância
e vejo o mundo transbordando jactâncias
e, na esquina do infinito eu durmo ao relento.


Jonas R. Sanches
Imagem: Paula Kuczynskiego

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