Morreram todos os deuses
e o homem é o órfão cristão
dentro do tempo verdadeiro
sem datas de imaginação.
Morreram todas as flores
e o homem é o álibi eterno
dessa ironia sem intenção
sem hora de ressurreição.
Morreram todos os deuses
e os filhos dos filhos dos filhos
nasceram sem pai, sem irmãos;
no leito suspeito da sensação.
Morreram todas as flores
e os homens escravos das dores
sucumbem diante os amores
num tempo que é só perdição.
Morreram todos os deuses
e os santos morreram sem pão
os homens famintos comeram
as horas da minha ilusão.
Morreram todas as flores,
morreram sem água, sem sol;
enquanto os homens viviam
na sombra de algum arrebol.
Morreram todos os deuses,
morreram todas as flores,
morreram todas as honras,
morreram todos os homens.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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