Almas negras viravolteiam
em turbilhões os pensamentos
que vagam a esmo pela noite
procurando algum recanto sombrio.
E nas esquinas alguns esquifes
guardam ossadas do além,
guardam histórias de outrem,
guardam cinzas mumificadas.
Almas caminham penadas
pelo frio de outra estação
que não é inverno nem verão;
que não é nas nuvens nem no chão.
E nos becos gritos sinistros
assustam pelas frestas das paredes,
assistem a morte de camarote
e, n’outro lado o lado de lá.
Almas negras distorcidas
em infernos gelados dos espelhos
que refletem convexos e desconexos
os pecados de um poeta insalubre.
E nas portas de um umbral qualquer
um recado curto de absolvição
mas, há um certo grau de expiação
necessário para expurgar o coração.
Almas que vagam sem lucidez
entre versos um tanto quanto meus
mas, há uma certa insensatez
na estrofe que guarda meus segredos.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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