terça-feira, 29 de abril de 2014

Almas Negras de um Purgatório Irreal

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Almas negras viravolteiam
em turbilhões os pensamentos
que vagam a esmo pela noite
procurando algum recanto sombrio.

E nas esquinas alguns esquifes
guardam ossadas do além,
guardam histórias de outrem,
guardam cinzas mumificadas.

Almas caminham penadas
pelo frio de outra estação
que não é inverno nem verão;
que não é nas nuvens nem no chão.

E nos becos gritos sinistros
assustam pelas frestas das paredes,
assistem a morte de camarote
e, n’outro lado o lado de lá.

Almas negras distorcidas
em infernos gelados dos espelhos
que refletem convexos e desconexos
os pecados de um poeta insalubre.

E nas portas de um umbral qualquer
um recado curto de absolvição
mas, há um certo grau de expiação
necessário para expurgar o coração.

Almas que vagam sem lucidez
entre versos um tanto quanto meus
mas, há uma certa insensatez
na estrofe que guarda meus segredos.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

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