Deixo a noite falar conselhos
e de joelhos entrego-me a prece
e é quando o amor se fortalece
diante um mundo silencioso.
Deixo a noite acordar o poeta
e em palavras e rimas discretas
uma mensagem oculta nos versos
que ao certo já é quase incerto.
Deixo a noite e mergulho à penumbra
do quarto e é raro um sentir passageiro
somente um querer que é derradeiro
ou que seja eterno o seu abraço em mim.
Deixo aqui um descrever inanimado
e um rastro de dor alternado
corrosivo e até fragmentado
como meu olhar prismático em você.
E das estrelas solitárias alguns alaridos
no firmamento regente tão plúmbeo
que esconde a lua em poucos gemidos
e em um narciso a beleza oculta do além.
Deixo a noite trazer um sono de sonhos
e mesmo que meu adormecer seja medonho
encaro de armas em riste os meus pesadelos
e é quando minhas quimeras tornam-se flores astrais.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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