É uma música mágica
sussurrando aos olvidos
e o corpo a soçobrar
nas ondas desse mar
tão imenso de prantos
já secados aos ventos
que trazem palavras novas
que trazem as boas novas
tão velhas que padeceram;
e a música continua
na tez da donzela nua
que entrelaça-se aos lençóis
que renasce à luz de sóis
tão imensos num céu insano
de estrela de milhões de anos
e de cacos de muitas vidas
pelas eras já retorcidas;
é a mágica olvidada
nessa música sem parada
que é cantada pelo universo
enquanto eu risco um verso
e do risco uma poesia
uma noite, um açoite no dia
que de medo precipitou-se
sem saber se ela o amou
sem saber o gosto do beijo
que já quis em algoz desejo
e que morreu com os sonhos.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Orion - NASA/ESA
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