Do ventre dessa solidão
filhos deserdados do amor
semeadores de dores
que afligem os pensamentos.
Do vento dessa solidão
um refresco no rosto escasso
um olhar em desembaraço
contemplando luzes do futuro.
E no peito o efeito mortífero
de um coração rechaçado
temeroso e quase estraçalhado
pelas vidas que passam velozes.
E os sentires tão algozes
refletidos no imaginar
como um barco a deriva no mar
sem receios de onde vai aportar.
Do ventre dessa solidão
nascem filhos vindos da tristeza
de estirpe nata da realeza
desses versos a sós recitados.
Dos ventos dessa solidão
uma brisa azul de esperança
que renasce na voz da criança
que eternamente vive em mim.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: António Dulcídeo, Solidão
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