De uma tarde regada a vinho
e um vento a mover o moinho
entremeios a redemoinhos
que pilham rimas do contemplar.
De uma tarde mais tarde que posso
poesia bem pra lá do equinócio
e de um outono de folhas sacramentadas
espalhadas entre nossas mentes apimentadas.
Sol recluso e um céu nebuloso
pensamentos além do cabuloso
e nos jardins reflexos de jasmins
emanando olores, retendo as cores.
De uma tarde regada a vinho
pássaros trinando nos ninhos
mas, meu ninho é feito rosa perfumada
aguardando a tez suada da amada.
De uma tarde mais tarde que posso
corações arrebatados em alvoroço
e na esquina do universo trovadores
compondo cantigas para os meus amores.
Eu recluso do mundo em insanidade
buscando em meio aos mistérios a verdade
que é tão sublime que redime todos os pecados
e é quando eu me desprendo e me torno ser alado.
E do meu voo um sobrevoo de alegorias
em nuances das matizes mais secretas
que abdicam aos dias e as noites são serestas
onde então me desfaço de todos os laços e morro em paz.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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