De tão solitário um vazio complacente
extinguido entre os alaridos comoventes
de um pranto e um acalanto subserviente
acumulado alhures entre madrugadas sórdidas
entre as vielas com sequelas atemporais
rugindo e latindo junto aos animais;
de tão solitário um vazio entre as frestas
gritando pela noite uma trova infernal
em busca de uma resposta cósmica
em busca de uma compreensão interior
fugindo pelos desfiladeiros como um rio
de águas tão límpidas que refletem a alma
que flui tão sinistra entre o tempo e o céu;
que de tão solitário pariu galáxias e homens
e deu início a noite onde tudo se destrói
e se reconstrói evoluído, transmutado, modificado.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Galáxia Gancho de Carne - NASA/ESA
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