Minha fome que devora ossos
entre os cães da misericórdia
ladrando e uivando doentio
por essas vielas escurecidas
entre as nódoas de uma paixão
obscurecida, apodrecida;
entre as carcaças angelicais
espatifadas e caídas às sarjetas.
Minha fome que devora a carne
entre lençóis de cetins e sedas
tão caras como a morte tardia
de um planeta inóspito que vaga
entre as vagas elípticas orbitais
que eu observo entre dois quintais
cheios de mato cerrado, queimado;
e a fumaça já guardou viagens astrais.
Minha fome e minha boca cheia de dentes
quase doentes de tanto mastigar
essas partituras tão duras que corroem
minhas entranhas, e é tão estranha
a sensação dessa ebulição estomacal
que me sinto bem, que me sinto mal
enquanto explodem movimentos contrários
ao novo olhar errático governamental.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Google
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