Vejo na moça que passa
um andar gracejado
de um corpo torneado
e uma tez de veludo;
e meu olhar a percorre
e nem Deus me socorre
nesse sentir inexato
de pensamentos abstratos.
Vejo na moça que passa
um sorriso serelepe
de um rosto divinal
e cabelos cor de mel;
então eu tiro o chapéu
e a cumprimento charmoso
e o seu olhar tão dengoso
me retribui em timidez.
Vejo na moça que passa
um dialeto feminino
então volto a ser menino
e atrevo-se a se apaixonar;
mas ela passa e se vai
e eu no meu continuísmo
a escrevo em minha poesia
em versos de infinita alegria.
Vejo na moça que passa
o reflexo da minha solidão
que titubeia o coração
tão frágil as dores da paixão;
então eu fico a imaginar
eu me perdendo em seus braços
mas não sinto o seu abraço
e minha alma recolhe-se só.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem - Poseidon's Light by vvmasterdrfan
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