quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Selva de Pedra

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Nessa selva de pedra transeuntes
apressados não trocam olhares,
caminham trancados em suas jaulas
pessoais, arranha-céus observam
imóveis, cada um em seu lugar.

Nessa selva de pedra a poluição
mental ofusca meus pensamentos
e o sol brilha com diáfanas ideias,
a poesia de concreto é concreta.

Nessa selva de pedra homens-animais
digladiam-se com suas rotinas,
rotas cotidianas inalteradas,
trem, ônibus, metrô e aviões.

Nessa selva de pedra a morte
ronda pelas esquinas da vida
e o verso é o ritmo dos passos
entrelaçados aos olhares do poeta.

Nessa selva de pedra sons e silêncios
em alternâncias com o coração
que titubeante e ofegante
clama por dias de paz.


Jonas R. Sanches 
Imagem: André Deak

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