A poesia às vezes sombria
como a alma noturna
que cala e vislumbra
o silêncio distante das estrelas,
o sorriso intrigante da esfinge,
o mistério antigo das pirâmides,
o amor proibido de Édipo,
as flores dos jardins babilônicos,
os rifes da guitarra de Hendrix,
o piado sinistro da coruja,
os símbolos herméticos da magia,
as cores aquareladas do fim do dia,
o revoar depressa do beija-flor,
a sensação fulgurante do amor;
a poesia às vezes sombria
como o verso negro do necromante
que invoca fórmulas infernais,
que recita estrofes e feitiços
que são macabros como a dor dos mitos,
que são aziagos como os ecos do grito,
que são nefastos como a voz do erudito,
que são funéreos como o rito maldito
de descalabro, obnóxio mortífero;
a poesia às vezes sombria
como a inércia controversa da alegria.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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