Nas lonjuras que me levam os sentimentos
eu me aprofundo pelos poços da saudade
e vejo a morte face a face que carrega
o afluente que sequestra a vida bem pra longe.
A minha sátira é comovente e tão dorida,
risos esparsos entre espasmos de amor
que fere e alegra impulsivamente; sensação
e, há a lembrança longínqua do fundo de mim.
O corpo padece em exacerbadas feridas
e a lida corrente engole as mentes cansadas,
descalços os pés que galgam a terra rachada
dos solos inóspitos por onde anda o coração.
Nas minhas lonjuras o olhar é algo distante
que esfaqueia em tristezas as luzes do horizonte
e a alma exaurida vai de carona com Caronte;
são águas que fluem em rios de lágrimas.
A minha sátira tem sangue e coágulos antigos
deixados em páginas d’outrora já amareladas
em livros de espíritos tão jovens já eternizados
que assinaram com a morte todos seus escritos.
E o corpo padece em penúrias e falsas injúrias
corrosivas e furtivas das vivas alucinações,
emoções já escassas cansadas dos orvalhos
que amanhecem molhando todas as conclusões.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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