Eu me calo e engulo o desejo
de um beijo e da poesia,
eu me calo e contemplo o fim do dia
mesmo que seja um instante lúcido.
Em silêncio eu escuto o silêncio,
almas caladas despidas do ócio,
mentes que voam céus alienígenas
enquanto na folha o suave farfalhar.
Em silêncio contemplo a morte
e caladas as vidas sem pressa se vão,
algumas deixam histórias reais
outras somente a saudade e uma alucinação.
Eu me calo e vislumbro o crepúsculo
de um dia gélido como a flor do mar
e é um horizonte de nova aquarela;
aquarela singela com as cores de amar.
Eu me calo e as mãos correm vocábulos
que descrevem minúcias de um vendaval
que varreu para longe as trevas e o mal;
eu me calo e fica a sensação de uma paixão.
Jonas
R. Sanches
Imagem: Google
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