sábado, 3 de maio de 2014

E do Verbo a Poesia se fez Carne

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E do verbo a poesia se fez carne
então o poeta versificou-se
e nas linhas da vida a nova estrofe
com rimas de cores intensificadas.

E do verbo a vida se fez morte
então o poeta adormeceu mil anos
e nas linhas um vazio de silêncio
sem rimas, apenas a introspecção.

E do verbo a ressurreição se fez vida
então o poeta despertou junto ao sol
e as linhas agora estão repletas novamente
de rimas e de metáforas e de verossimilhanças.

E do verbo o sonho se fez realidade
então o poeta voou pelos cimos do céu
e as linhas eram as linhas do horizonte
e as rimas eram palavras do coração.

E do verbo a poesia se fez inverno
então o poeta desceu ao nadir do inferno
e nas linhas sofrimento e ranger de dentes
e as rimas eram cânticos de lamentações.

E do verbo a poesia se fez outono
então o poeta derramou suas folhas
e nas linhas um gélido calafrio anímico
e as rimas esperaram uma nova estação.

E do verbo a poesia se fez verão
então o poeta estendeu suas mãos
e nas linhas eram versos de solstício
e as rimas eram músicas de fulgor.

E do verbo a poesia se fez primavera
então o poeta contemplou seu jardim
e as linhas eram flores multicores
e as rimas então chegaram ao fim.


Jonas R. Sanches
Imagem: Google

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