Somente flores mágicas
guardadas às rosas frívolas
na dor do espinho ríspido
que partiu inconsciente.
Sementes de flores mágicas
e no rito primeiro a iniciação
e a noite engole os medos
que tínhamos daquele olhar.
Agora já é um céu desnudo
e o punhal encravou as pilastras
da luz e da treva do coração
que amou as linhas do pergaminho.
Agora já é um eu inocente
e os pecados foram insanos
e os assassínios foram esquecidos
nas piras fúnebres de Baal.
E ainda que renascessem
as vidas ceifadas nos degraus
das pirâmides dos sacrifícios
a chuva não retornaria e seria a sede.
Uma boca sedenta de um beijo
e as entranhas agora pútridas
de um corvo morto a tridente
e fumegantes os olhares distantes.
Somente flores mágicas
e os segredos das flores mortas
carregadas nas asas do tempo
trancafiadas no baú da perdição.
Sementes de flores mágicas
que germinam feitiços sombrios
cantados nas poesias da Caldéia
pelas vozes mudas de um camafeu.
E pela noite eterna das vidas
eles gritaram por outra chance
mas, foi tudo ilusão de criança
então eles foram adormecer no purgatório.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Le Fleurs du Mal - Marylin Mason
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