Ao meu olhar um sentir
de tudo que vejo a existir
e do imaginar o inexistir
que brota forte em solo fértil.
Ao meu sentir um velho olhar
castanho que contempla calado
a criação e ainda o incriado esvoaçado
vertendo ápices da minha ficção.
Do meu olhar ao seu olhar
chispas do fogo do amor
e a saudade me arremete
aos auspícios nulos viscerais.
Do meu sentir no seu olhar
o sangue efervescente
regando a nascente de águas venosas
que é a ebulição do coração.
Do meu olhar vazio e perpendicular
jorram em prismas formas e novas cores
jorram flores de instigantes olores
jorram energias e luzes transcendentais.
Agora somente o seu olhar ao mar
a deriva nessas correntes fluentes
de nuvens apaixonadas siderais
carregando sensações indestrutíveis.
Agora somente o olhar da minha alma
nessa faina interminável de observações
refazendo laços antigos de velhos amigos
que surgem no anoitecer em formas espirituais.
Jonas
Rogerio Sanches
Imagem: Olhar sob as ondas - Atelier de Jesus por Aline Barros
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